O mundo árabe-muçulmano
Hoje o islamismo é a segunda maior religião do mundo. Cerca de 1,3 bilhão de adeptos, ele defende a justiça e a prática da generosidade entre as pessoas. Seus seguidores são conhecidos como muçulmanos, que em árabe significa 'aqueles que se subordinam a Deus'.Essa crença religiosa foi fundada no século VII na atual Arábia Saudita pelo profeta Muhamad (Maomé) e desempenhou importante papel no processo de unificação dos diversos grupos árabes em torno de um governo centralizado.
Aqui vamos saber mais sobre como ocorreu essa unificação, cujo desdobramento mais significativo foi a formação de um império que, por volta do século VIII, se estendia da península Ibérica, na Europa, até o rio Indo, na Ásia.
Os árabes e o comércio de caravanas
Por volta de 1200 a.C., os habitantes da península Arábica, cujo território é formado em sua maior parte por desertos, encontravam-se divididos em pequenas tribos.Os integrantes dessas tribos, os árabes, eram de origem semita, assim como os hebreus. Entre suas principais atividades econômicas estavam o pastoreio e o comércio. À medida que o comércio cresceu, os mercadores do sudoeste da península passaram a organizar caravanas em direção à Palestina e à Síria, mais ao norte, onde vendiam mercadorias do Oriente que chegaram pelo Oceano Índico. Era uma viagem difícil, pois só havia água nos poucos oásis existentes no caminho.
Muitos Deuses
Além de mercadorias, as caravanas difundiam ideias, notícias e formas de comportamento dos diversos lugares por onde passavam. Por estarem em contato constante com povos de diferentes crenças religiosas - judeus, zoroastristas e, mais tarde, cristãos -, os árabes desenvolveram um verdadeiro sincretismo religioso.Inicialmente, cultuavam diversos deuses relacionados aos astros e a fenômenos naturais. Além disso, eram animistas, ou seja, acreditavam que objetos inanimados - uma pedra, por exemplo - também tinham alma. Alguns desses objetos eram venerados em lugares de concentração dos peregrinos.
Um dos lugares era Meca, cidade situada em um oásis no lado ocidental da península Arábica e pontos de encontro das caravanas.
Maomé e o islamismo
Durante certo tempo, o governo de Meca foi exercido por um conselho do clã dos coraixitas. A partir de 613, contudo, um condutor de caravanas chamado Maomé passou a proclamar preceitos religiosos diferentes dos existentes na região. Maomé afirmava a existência de um único Deus, que chamou de Alá, e denominava sua religião de islã, que quer dizer submissão a Deus.Para os grandes comerciantes, o monoteísmo de Maomé* representava um perigo, pois podia afastar os peregrinos e dessa maneira afetar o comércio. Hostilizado por eles, em setembro de 622 (pelo calendário cristão) Maomé fugiu para a cidade de Yatrebe.
Essa viagem, conhecida como hégira (emigração), marca o início do calendário da nova religião difundida por Maomé. Os seguidores do islamismo passaram a ser chamados de muçulmanos (muslim, em árabe, cujo radical linguístico é o mesmo da palavra islã.
O islã e a jihad
Em Yatrebe, que posteriormente passou a se chamar Medina (Cidade do Profeta), surgiu a primeira comunidade regida por princípios islâmicos. Sob a liderança de Maomé, o governo da cidade se tornou teocrático: dizendo-se representante de Alá na Terra, o profeta assumiu as funções de juiz, líder espiritual, militar e administrativo.Além de proibir cultos politeístas na cidade, Maomé confiscou os bens de pessoas que não aderiram ao islamismo e organizou ataques às tribos vizinhas e às caravanas que cruzaram o deserto.
Sunitas e xiitas
Após a morte de Maomé,os islamitas se dividiram em duas facções: uma delas achava que a escolha de sucessor deveria recair sobre o muçulmano mais qualificado para o cargo. Para essa facção, aquele que apresentava melhores condições era Abu-Bakr, um dos sogros de Maomé (assim como outros árabes, Maomé tinhas varias esposas). Os defensores dessa grande ideia ficaram conhecidos como sunitas (a palavra árabe sunni significa aqueles que seguem os costumes).A outra facção entendia que o cargo deveria ser hereditário. Nesse caso, o parente muçulmano mais próximo de Maomé, seu primo e genro Ali, deveria ser também seu sucessor. Os adeptos dessa fórmula ficaram conhecidos como xiitas (do árabe shi'at Ali, ou seja, partido de Ali).
Até hoje eles se dividem em sunitas (84%) e xiitas (16%).
A dinastia Omíada (661 - 749)
Em 661, depois de varias lutas atrás do grande poder o império passou para as mãos da família omíada. A partir daí o governo transformou então em uma monarquia laica. Os cargos administrativos, antes preenchidos de acordo com a importância religiosa das pessoas, passaram a ser ocupados conforme critérios de competência e conhecimento!(Atividade, resumo capítulo 18)
Postado por: Karen Cristina Barros Araújo.
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